Matéria no excelente Techdirt - um trocadilho infame com sacanagem e tecnologia, recomendo diariamente - prossegue em abril uma história de janeiro sobre Paulo Coelho e seu inacreditável blog pirata, o Piratecoelho, onde Paulo publica torrentes de seus livros em todas as linguas, com a cumplicidade de seus leitores, que enviam traduções em búlgaro ou então arquivos com a obra completa em cada lingua. Paulo conversa com seus leitores, posa para foto com tapaolho de pirata , dá entrevistas para sites obscuros de torrentes e ainda envolve na aventura, como ele mesmo trata, seu agente e seu editor. Não contente com as cópias caseiras, fruto da digitação ou escaneamento dos fãs, ele apresenta cópias gratuitas cedidas pela Simon &Schuster, seus editores. Conta que preferiu entregar seu ultimo livro para os leitores produzirem um filme coletivo pela internet, em vez de aceitar ofertas de Hollywood para transformar A bruxa de Portobello em sucesso de bilheteria.
Meu amigo Paulo Coelho, com uma biografia saindo agora que promete entregar quase tudo, sempre foi seu melhor personagem, vivendo sua lenda pessoal até onde conseguiu ir, até o limite. Com esta discreta aventura no mundo da pirataria, poderia estar indo um pouco mais longe e informar ao mundo que funciona, dar seu livro de graça aumenta as vendas. Claro, esta é a lógica que não acha seu lugar no bom senso. Quanto mais gente ler Paulo Coelho, mais ele fica famoso e desejado. Quando as pessoas se defrontarem com seu livro numa loja ou numa página de internet, será um Paulo Coelho familiar, sou seu fã. E pronto vende-se mais um.
Paulo foi um executivo de gravadora, viveu seu momento fonográfico de forma competente. Se ele quisesse poderia explicar aos ex colegas que não há porque ter medo da cópia, desde que... e isso é com ele.
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