terça-feira, 17 de abril de 2007

Crítica musical: molduras e contextos novamente

Deu no NYTimes, portanto...

OPINION
| February 26, 2007
Op-Ed Contributor: Shoot the Piano Player
By DENIS DUTTON
The Joyce Hatto episode is a stern reminder of the importance of framing and background in criticism.

Resumindo: por um acaso tecnológico descobriu-se que um disco de piano erudito era igual a outro, de um pianista menos famoso. Na rede foi sendo desvendada uma história digna de um filme. Não era apenas uma semelhança, era uma cópia, até o ultimo bit. Mais ainda, não seria apenas aquele CD, mas a obra completa de uma das maiores pianistas contemporaneas da Inglaterra, Joyce Hatto, que reclusa em sua casa no campo com seu marido técnico de som, havia gravado centenas de CDs, um verdadeiro passeio por todos os repertórios, por toda a música clássica ao longo de 20 anos. Tudo roubado, de gente nova, talentosos desconhecidos. A crítica chegou a comparar discos - o original, de um novato e a copia, da consagrada - que sempre foi considerada ´mais expressiva´. Não despertou atenção a incrivel variedade de estilos, a técnica absolutamente perfeita nem a ausencia de performances ao vivo. Grandes concertos com Orquestras fantasmas, sempre regidos por um Maestro também fantasma, sem nenhum outro crédito a não ser nas capas de discos de Joyce Hatto. Tudo roubado, todos enganados. Pouco antes dela morrer, em santa glória, circulou a versão de que havia gravado em seus ultimos momentos numa cadeira de rodas. O marido perfeito negou tudo até se comprovar a fraude disco a disco. A crítica alega que as interpretações eram boas, impecaveis, e que agora se fará justiça a tantos talentos *revelados* por ela. Podem crer.

Checa ai:
http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw



E o novo sempre vem...

Netvibes. Vale a pena ir conferir do que se trata!
É dificil descrever, mas é como um google em 3D, tudo ao mesmo tempo agora - fotos, videos, blogs, noticias, tudo o que te interessa, sempre no mesmo lugar.
Danou-se. Extremamente aditivo. E continua a melhorar. Em portugues, de graça e funciona.



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domingo, 15 de abril de 2007

Contexto e moldura - Pérolas antes do café

Deu no NYTimes:

Joshua Bell is one of the world's greatest violinists. His instrument of choice is a multimillion-dollar Stradivarius. If he played it for spare change, incognito, outside a bustling Metro stop in Washington, would anyone notice?

Resumindo: Joshua Bell é jovem, atlético, cabelos fartos e soltos, toca seu Stradivarius com o corpo todo, comunica seu talento de forma indiscutivel. Cobra uma fortuna por minuto, faz uma carreira pontuada por apresentaçoes filantropicas ou de apoio a causas culturais, não tem medo de sair fora do nicho confortavel do mundo erudito americano, que o idolatra como um dos melhores violinistas do mundo
Desafiado por um jornalista, topou se apresentar numa apresentação em troca de moedas, numa estação de metro, 7h45 da manhã. O jornalista levou uma equipe e fez um verdadeiro tratado, entrevistou os mil transeuntes, as testemunhas presentes no local, conversou antes com experts que previram multidões fora de controle, centenas de dolares na caixa do violino e garantiram que seu talento seria reconhecido.

Nada disso aconteceu. Apenas uma pessoa, fã confessa, parou na frente dele não acreditando no que via. Apenas um jovem ex violinista recebeu o impacto da performance e perdeu a hora, encostado numa parede. -"Quando ouvi o som percebi que era algo muito bom, quando o vi tocando percebi que era alguem com um talento fora do comum, com dominio absoluto da técnica." As outras pessoas, mal se lembravam de ter um músico ali, absortas no rumo do trabalho, insensiveis. Uma engraxate que fax ponto no local há anos, brasileira, disse que no Brasil teria sido diferente, as pessoas tem sensibilidade.
Após o concerto, no café da manhã, Joshua Bell, disse que o silencio após as músicas, a ausencia de aplauso, de conexão com o público, era aterradora.
Será que mesmo uma arte tão óbvia e invasiva não consegue comunicar-se, depende de contexto, de moldura apropriada?
O artigo, antologico, afirma que sim. Comentarios posteriores, da critica musical, alegaram sensacionalismo, que não se deve julgar talento fora de contexto, que a arte precisa de local apropriado. Esta era a tese e tambem concordo.



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quarta-feira, 4 de abril de 2007

O tempo que o tempo tem

Continua sendo dificil sincronizar os sistemas do mundo:





O celular está 2 minutos e 9 segundos atrasado



O computador estava 55 segundos atrasados, eu acertei agora

GMT fica combinado que é o certo, basta digitar GMT

Meu relógio está 42 segundos adiantado



OMetro está 14 segundos na frente do meu





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