13 maio 2009

Por uma verdadeira Lei da Cultura.

Que o projeto a ser encaminhado consiga trazer as mudanças que irão fazer crescer a cultura do Brasil em todas as suas formas, das receitas culinarias à arte industrial das novelas exportadas, a música popular e os contadores de história, os museus e as instituições culturais com marca, as artes, os oficios e o sacerdocio.
Que o projeto traga esperança para os pequenos e regras para os grandes.
Que o projeto diga que a cultura é feita por autores, interpretes, artistas, intelectuais, poetas, comunidades e familias, nasce de pessoas e deve privilegiar quem respeita os criadores.
Que o projeto tenha lucidez para lidar com o comércio e a industria cultural, que ampliam o poder da mente criadora individual, mas que para existirem precisam do lucro, não podem por isso ser excluidos do fomento à cultura nacional.
Que o projeto inclua as empresas pequenas e as pessoas fisicas como contribuintes da cultura, por interesse mesmo que de marketing ou do ganho financeiro, porque estarão financiando a cultura local, a cultura periférica, que só os individuos e a pequena empresa podem perceber e avaliar.
Que a lei seja capilar e rizomatica, facilitando de verdade a entrada do produtor comum e do artista fora do circuito comercial, estes precisam de simplicidade e confiança no trato, como cidadãos da cultura.
Que a lei faça proliferar o interesse das grandes corporações pelo seu papel como gigantes da cultura também. Que nasça um instituto para cada bilhão de reais. As instituições perenes trazem processos de longo prazo, sedimentam o pensamento sobre a cultura, acalmam a turbulencia natural de tantos eventos pontuais, geram gestores, criam a cultura da cultura. Mesmo que carreguem marcas, porque apoiam a cultura.
Que haja bom senso para estabelecer critérios generosos para acolher tanto projetos quanto patrocinadores e que se criem, isto sim, obrigações que atendem e servem á cultura: o acesso, a pedagogia, a geração de empregos, a formação de público, a cultura duradoura.
Que esta discussão toda mostre que a cultura não pode ser , mesmo, só 0,6 do orçamento, 0,6 do tempo da presidenta, 0,6 do futuro dos jovens.
Saravá, projeto!

No site do Minc postei como cidadão José, preferi ser só mais um.

4 comentários:

  1. Não me chamo José, mas assino embaixo.

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  2. Não creio que o subsídio do Estado seja a melhor maneira de amparar a cultura mas, enfim, no país onde a consciência cultural ainda míngua, algo precisa ser feito, mesmo que seja sob as asas guardiãs do Pai Governo. Seu excelente texto emana a sua paixão pela cultura - tão abrangente e vasta - e, por isso, recebe o meu respeito e admiração. Abraço fraterno, saúde e paz.

    http://www.lecabare.blogger.com.br

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  3. Venho batendo numa mesma tecla desde a faculdade, quando dizia que a política havia morrido, ou cedido espaço para a economia. Verdade ou não, o fato é que todos nós, pessoas da cultura, sabemos da importância da cultura para os homens e que ela deve sobreviver em qualquer situação. E isso, certamente cabe a nós, pessoas da cultura. Isso me faz não acreditar numa mudança para melhor. Acredito numa transformação, pois em se tratando de cultura, principalmente, tavez seja este o termo mais apropriado.
    Seja como for, acredito antes de tudo na cultura, em pessoas como Pena e nas peripécias de todos nós.
    Um forte abraço e tudo de bom.
    Roque Gomes.

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